terça-feira, 25 de novembro de 2014

COMO AS CRIANÇAS APRENDEM? PARTE 2


CRIANÇAS, O QUE SABEMOS SOBRE ELAS?

 

   O interesse de conhecer a criança é bastante evidente em nossos dias, podemos perceber isso por causa das várias pesquisas feitas a fim de conhecer cada vez mais a criança, mas nem sempre foi assim, segundo Kramer (2007) essa vontade de conhecer e estudar melhor os indivíduos que se encontram nessa faixa etária surgiu somente a partir do século XX, mais precisamente com os estudos do historiador francês Philippe Ariès que estudou a historia social da criança e da família, outra grande contribuição foi dada por o sociólogo francês Bernard Charlot, graças a esses pesquisadores entre outros podemos saber que a ideia de infância veio surgir apenas na sociedade capitalista e que o conceito que se tinha da criança além de diferir de acordo com o tempo também diferia de acordo com a cultura.

Cada sociedade ao longo da historia humana tem encarado a criança de forma específica o que acontece também quando analisamos culturas diferentes. As concepções a respeito das crianças mudaram ao longo do tempo, até o século XVII as crianças não tinham muita atenção, a mortalidade infantil alcançava níveis extremo devido às más condições sanitária, esse era um dos motivos pelo qual os adultos não se apegavam muito as crianças, na idade media a criança era um adulto em miniatura, ela era inserida no mundo dos adultos sem nenhuma preocupação, daí em diante aproximadamente no período industrial a criança passa a ser encarada pela sociedade burguesa como um ser engraçado e ingênuo que servi para entreter os adultos, esse pensamento burguês influencia as outras camadas sociais e na sociedade capitalista a criança deixa de exercer o papel de adulto e passa a ser alguém que precisa ser cuidada.


   Com relação as crianças encontramos muitos contrastes, enquanto a sociedade brasileira ver o poder aquisitivo crescer nos deparamos com o abandono e exploração infantil em diversos aspectos – como trabalho infantil, maus tratos às crianças dentro e fora da família – infelizmente isso ainda é a realidade do nosso país.

    Até aqui já podemos perceber que o significado dado à infância mudou ao longo da história humana por isso podemos afirmar que, a concepção de infância surgiu a partir da sociedade que estar sempre se modificando e suas vivencias mudam de acordo com tempo.


[...] não existe uma única concepção de infância com um desenvolvimento linear, progressivo. Essas concepções se apresentam de várias maneiras e estão diretamente relacionadas às classes sociais, bem como de acordo com o tempo e o espaço em que foram geradas. (CASTRO 2007 p.4)


  Dessa forma, a definição de infância esta intimamente ligada à maneira como o adulto vê a criança de seu tempo. Hoje em nossa sociedade a criança é vista como um sujeito de direitos em que todas as suas necessidades devem ser atendidas sejam elas físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais. É bom lembrar que a concepção sobre infância pode seguir diferentes formas, isso vai depender dos referenciais que usamos para entendê-la e do contexto no qual a criança esta inserida, sabe-se que, a infância de uma criança na Índia é bem diferente da infância de uma criança no Brasil assim como a infância de uma criança de classe baixa é bem diferente da infância da criança de classe media e alta em nosso país e sabemos também que a infância de uma criança branca, negra ou indígena são bem diferentes.


Falar de infância universal como unidade pode ser um equívoco ou até um modo de encobrir uma realidade. Todavia, uma certa universalização é necessária para que se possa enfrentar a questão e refletir sobre ela, sendo importante ter sempre presente que a infância não é singular, nem é única. A infância é plural: infâncias (BARBOSA, 2000, p.101apud AMARAL 2007).


   Embora a infância não seja algo singular, a palavra infância faz nos lembrar de um período da vida humana “é entendida como período da historia de cada um, que se estende na nossa sociedade, do nascimento até aproximadamente os dez anos” (KRAMER,2007 p.15).

   A palavra criança por sua vez indica uma realidade psicobiologica referenciada ao individuo, segundo o minidicionário Luft a palavra criança significa “ser humano de tenra idade” enquanto que infância é um período da vida humana, criança é o sujeito que esta vivendo este período.

   Apesar de a infância ocorrer de maneiras diferentes de acordo com o tempo e a comunidade, algo é singular entre as crianças, em qualquer cultura e em qualquer época elas gostam de brincar, de imaginar, de criar, de viajar em suas fantasias.
Por Danielle Silveira 

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