terça-feira, 9 de dezembro de 2014

As especificidades das crianças

Como as crianças aprendem?
As especificidades das crianças.
 

As crianças brincam isso é o que as caracteriza. Construindo com pedaços, refazendo a partir de resíduos ou sobras, na brincadeira, elas estabelecem novas relações e combinações. As crianças viram as coisas pelo avesso e, assim, revelam a possibilidade de criar (KRAMER,2007 p.17).

               

 

  Dificilmente alguém discordaria dessa especificidade que as crianças tem, quem convive com elas bem sabe do que elas são capaz, quem nunca viu a caixa de um produto que para um adulto não passava de lixo se transformar num avião e garrafas pet ser um caminhão, ou o cabo de vassoura virar cavalo. O poder de imaginação que as crianças tem é realmente algo fantástico, o que não se pode esquecer é que os adultos também podem desfrutar desse faz de conta, até porque todos já foram crianças algum dia e mais do que poder, os adultos que contribuem para formação pessoal dessas crianças – pais e professores – devem aguçar essa capacidade e se colocar no lugar da criança tentando enxergar as coisas do seu ponto de vista, começar a olhar as coisas do modo que a criança enxerga seu mundo de criança e o mundo dos adultos também. Segundo Kramer (2007 p.19) “Atuar com as crianças com esse olhar significa agir com a própria condição humana, com a história humana.” Isso produz uma situação de aprendizado, podemos aprender com as crianças a brincar, a colocar o mundo de cabeça para baixo e os conhecimentos que adquirimos com as crianças e da infância nos possibilita continuar sendo sujeitos críticos da nossa própria história. Evidentemente não podemos deixar de analisar o contexto em que as crianças estão inseridas, quais suas práticas e valores, pois isso seria fundamental na construção daquilo que queremos transmitir na prática educativa.

   A brincadeira além de ser uma forma de produzir aprendizado é muito prazerosa, podemos aprender brincando ou brincar de aprender. A imitação ou o faz de conta interferi no desenvolvimento e aprendizagem da criança de forma positiva, o processo de imitação visto em primeiro momento até parece ser apenas a copia de uma situação real, mas não é. A imitação feita por uma criança de uma situação real provoca na criança uma reconstrução individual, por isso falando de um teórico que deu uma grande contribuição para o entendimento da relação entre desenvolvimento e aprendizado Oliveira pode afirma: “Vygotsk não toma a atividade imitativa, portanto como um processo mecânico, mas sim como oportunidade de a criança realizar ações que estão além de suas próprias capacidades, o que contribuiria para o seu desenvolvimento.” (OLIVEIRA 1997p. 97) Imitar, por exemplo, o modo de escrever dos adultos levará a criança a amadurecer os processos que fará com que ela aprenda a escrever. Por isso a brincadeira não deve ficar á parte no processo de formação escolar, não deve ser utilizada só para ocupar o tempo não planejado, há muitas produções teóricas significativas falando da importância da brincadeira, não podemos encará-la como algo ingênuo e sem sentido.

  A brincadeira nos ajuda também a conhecer  melhor as crianças e o meio cultural no qual elas estão inseridas, as crianças estão situadas em um contexto histórico e social cheio de significados e construídos a partir de valores, atividade e objetos produzidos que são compartilhados com os outros que as cercam, por isso incorporam a experiência do brincar por meio das relações com os outros sejam eles adultos ou crianças e Borba afirma que essa experiência “cruza diferentes tempos e lugares, passados, presentes e futuros, sendo marcada ao mesmo tempo pela continuidade e pela mudança.” (BORBA 2007p. 36). Olhar de forma mais meticulosa para esse ato tão comum entre as crianças abri a possibilidades para uma nova postura do professor frente o ato de brincar e isso contribui significativamente para uma nova prática pedagógica, pois isso essa observação nos possibilita planejar as nossas ações de forma mais significativa.

Segundo Viana (2002 p.57) trabalhar com crianças exige dos profissionais que trabalham com essa etapa da vida humana mais do que competências, exigi comprometimento e é fundamental que o educador esteja preparado para o trabalho de educar compreendendo as formas como a criança aprende e os meios para ajudar a criança a manifestar as suas habilidade e tendências, para isso o professor precisa aprimorar sua sensibilidade e os conhecimentos vistos na formação. As contribuições cientificas a respeito do desenvolvimento humano são muitas nos nossos dias, por isso já podemos entender que a infância é uma fase em que  contribui para a formação da personalidade e da autonomia do ser humano. Portanto a responsabilidade daqueles que participam e contribuem nesse processo é muito grande.

É interessante destacar que não é somente a intervenção do adulto – professor ou os pais – que beneficia o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, mas a interação com outras crianças contribui muito nesse processo. Sem dúvida é nessa fase que se pode estimular o desenvolvimento de habilidades que serão aprimoradas ao longo da vida. É importante ressaltar que não é defendida aqui a concepção de que a criança é um vir a ser e que precisa ser preparada para o futuro, que toda a sua infância deve girar em torno da ideia de lhe tornar um adulto melhor, muito pelo contrario defendemos aqui as especificidades da faixa etária, a criança como sujeito “como criadora, capaz de estabelecer múltiplas relações, sujeito de direitos, um ser sócio histórico, produtor de cultura e nela inserido.” (BRASIL 2006 p.8).
Por Danielle Silveira

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O TERROR DA RECUPERAÇÃO


A recuperação é realmente terrível. Enquanto a maioria da turma fica de férias, os que não tiveram um bom rendimento ainda tem que estudar correndo o risco de não passar de ano e ter que estudar mais um ano na mesma série. Alguns alunos até prefere nem ir mais pra escola afinal “ se durante o ano todo não aprenderam aquele conteúdo, não será em alguns dias que isso irá acontecer” – pensam eles.  Tenha certeza que desistir agora não é o melhor caminho. Os primeiros pensamentos são de frustração e a vontade é realmente de desistir, afinal de contas bate uma vergonha de ver aqueles colegas que tiveram boas notas parece até que eles são bem mais inteligentes. O primeiro pensamento é que a culpa foi do professor, da escola que não gosta de você, mas precisamos lembrar que muitas vezes está de recuperação é consequência da nossa falta de esforço ou de preocupação.  Em vez de ficar chateado  ou se sentindo menos inteligente do que outros, descubra o que o levou a ficar de recuperação.

 Em que você estava concentrado quando estava na escola? Quantas atividades ou trabalhos você deixou de fazer? O que você fazia durante as aulas? Se mesmo se dedicando está de recuperação, isso é mais normal do que imagina e aumenta consideravelmente as suas chances.

 Seja qual for o pensamento é hora de encarar a recuperação como uma oportunidade de mudar a situação por isso não perca tempo tentando achar o culpado ou ficando chateado com os professores e até mesmo se culpando e se achando menos inteligente do que os outros, isso não vai ajudá-lo a ser aprovado. Agora é hora de estudar e, é nisso que tem que se concentrar, caso se dedique realmente irá se surpreender com sua capacidade.  Siga as dicas de estudo abaixo, seja diligente e você terá bons resultados. Então depois de passar por essa etapa aplique as dicas de estudo durante o próximo ano que com certeza você não vai passar por isso de novo.

DICAS DE ESTUDO

ü  Faça um plano de estudo. Escreva no papel tudo o que você tem que estudar,  reserve 30 minutos para estudar um assunto por vez;

ü  Relaxe. A ansiedade pode atrapalhar na hora de aprender;

ü  Destaque os pontos principais. Não se  preocupe em memorizar, apenas leia em voz alta e marque as palavras ou frases que achar mais importantes;

ü  Releia os pontos que marcou. Leia com calma o que destacou, faça perguntas a si mesmo e tente respondê-las;  

ü  Durma bem. De 8 a 9 horas pelo menos, pois é quando estamos dormindo que nosso cérebro guarda o que estudamos e transforma em memória fixa.

Caso esteja se sentindo inseguro peça ajuda a alguém que entenda um pouco mais do assunto.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

COMO AS CRIANÇAS APRENDEM? PARTE 2


CRIANÇAS, O QUE SABEMOS SOBRE ELAS?

 

   O interesse de conhecer a criança é bastante evidente em nossos dias, podemos perceber isso por causa das várias pesquisas feitas a fim de conhecer cada vez mais a criança, mas nem sempre foi assim, segundo Kramer (2007) essa vontade de conhecer e estudar melhor os indivíduos que se encontram nessa faixa etária surgiu somente a partir do século XX, mais precisamente com os estudos do historiador francês Philippe Ariès que estudou a historia social da criança e da família, outra grande contribuição foi dada por o sociólogo francês Bernard Charlot, graças a esses pesquisadores entre outros podemos saber que a ideia de infância veio surgir apenas na sociedade capitalista e que o conceito que se tinha da criança além de diferir de acordo com o tempo também diferia de acordo com a cultura.

Cada sociedade ao longo da historia humana tem encarado a criança de forma específica o que acontece também quando analisamos culturas diferentes. As concepções a respeito das crianças mudaram ao longo do tempo, até o século XVII as crianças não tinham muita atenção, a mortalidade infantil alcançava níveis extremo devido às más condições sanitária, esse era um dos motivos pelo qual os adultos não se apegavam muito as crianças, na idade media a criança era um adulto em miniatura, ela era inserida no mundo dos adultos sem nenhuma preocupação, daí em diante aproximadamente no período industrial a criança passa a ser encarada pela sociedade burguesa como um ser engraçado e ingênuo que servi para entreter os adultos, esse pensamento burguês influencia as outras camadas sociais e na sociedade capitalista a criança deixa de exercer o papel de adulto e passa a ser alguém que precisa ser cuidada.


   Com relação as crianças encontramos muitos contrastes, enquanto a sociedade brasileira ver o poder aquisitivo crescer nos deparamos com o abandono e exploração infantil em diversos aspectos – como trabalho infantil, maus tratos às crianças dentro e fora da família – infelizmente isso ainda é a realidade do nosso país.

    Até aqui já podemos perceber que o significado dado à infância mudou ao longo da história humana por isso podemos afirmar que, a concepção de infância surgiu a partir da sociedade que estar sempre se modificando e suas vivencias mudam de acordo com tempo.


[...] não existe uma única concepção de infância com um desenvolvimento linear, progressivo. Essas concepções se apresentam de várias maneiras e estão diretamente relacionadas às classes sociais, bem como de acordo com o tempo e o espaço em que foram geradas. (CASTRO 2007 p.4)


  Dessa forma, a definição de infância esta intimamente ligada à maneira como o adulto vê a criança de seu tempo. Hoje em nossa sociedade a criança é vista como um sujeito de direitos em que todas as suas necessidades devem ser atendidas sejam elas físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais. É bom lembrar que a concepção sobre infância pode seguir diferentes formas, isso vai depender dos referenciais que usamos para entendê-la e do contexto no qual a criança esta inserida, sabe-se que, a infância de uma criança na Índia é bem diferente da infância de uma criança no Brasil assim como a infância de uma criança de classe baixa é bem diferente da infância da criança de classe media e alta em nosso país e sabemos também que a infância de uma criança branca, negra ou indígena são bem diferentes.


Falar de infância universal como unidade pode ser um equívoco ou até um modo de encobrir uma realidade. Todavia, uma certa universalização é necessária para que se possa enfrentar a questão e refletir sobre ela, sendo importante ter sempre presente que a infância não é singular, nem é única. A infância é plural: infâncias (BARBOSA, 2000, p.101apud AMARAL 2007).


   Embora a infância não seja algo singular, a palavra infância faz nos lembrar de um período da vida humana “é entendida como período da historia de cada um, que se estende na nossa sociedade, do nascimento até aproximadamente os dez anos” (KRAMER,2007 p.15).

   A palavra criança por sua vez indica uma realidade psicobiologica referenciada ao individuo, segundo o minidicionário Luft a palavra criança significa “ser humano de tenra idade” enquanto que infância é um período da vida humana, criança é o sujeito que esta vivendo este período.

   Apesar de a infância ocorrer de maneiras diferentes de acordo com o tempo e a comunidade, algo é singular entre as crianças, em qualquer cultura e em qualquer época elas gostam de brincar, de imaginar, de criar, de viajar em suas fantasias.
Por Danielle Silveira 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

COMO AS CRIANÇAS APRENDEM?


COMO AS CRIANÇAS APRENDEM?

Parte 1



         Vivemos cercados por situações diferenciadas, a todo instante recebemos as mais diversas informações e mesmo sem intenção estamos aprendendo, as nossas vivencias diárias sempre nos fazem aprender alguma coisa, e todo esse processo começa na infância. Os bebes desde os primeiros momentos de vida já começam a aprender algumas coisas: aprendem a segurar a mamadeira, a sentar, engatinhar, a falar etc.

Os primeiros momentos de aprendizagem acontecem em família e essa jornada prossegui em todos os momentos da vida, porém é na escola, onde a criança irá se preocupa ou ficará ciente  em alguns momentos de que esta aprendendo. Isso também acontece com adolescentes e adultos que só tomam consciência desse processo muitas vezes quando estão em uma instituição designada pra esse fim. E é na escola onde as crianças vivem seus momentos de sucesso e insucesso.

 O ato de aprender não é tão simples como parece Segundo Cerqueira (2006 p.29) todas as informações recebidas por nós através de outras pessoas e do ambiente, “acionam nossas estruturas mentais movimentando nosso organismo, corpo, esferas dramáticas e cognitivas, transformando-se em conhecimento que se incorpora em nossos saberes.” Todo o conhecimento que adquirimos ao longo da vida passa por esse processo onde informação e conhecimento se relaciona de forma dialógica constituindo-nos como sujeito epistêmico.

Por Danielle Silveira

Bem vindos

Esse espaço serve para incentiva a troca de experiências, entre todos os sujeitos envolvidos no processo educativo. Vamos expor as  nossas experiências e pesquisas e troca figurinhas sobre o ato de aprender, seja em um ambiente especializado nisso como as instituições de ensino ou no âmbito familiar. Certamente será uma aventura incomparável.